Por Michelle Nichols
NAÇÕES UNIDAS (Reuters) – A Rússia disse nesta terça-feira na Organização das Nações Unidas que o conflito na Ucrânia não justifica o uso de armas nucleares pela Rússia, mas que Moscou pode decidir usar seu arsenal nuclear em resposta à “agressão direta” de países da Otan sobre o invasão. .
Na Conferência sobre a Não Proliferação de Armas Nucleares, o diplomata russo Alexander Trofimov rejeitou a “absoluta falta de base, desconectada da realidade e especulações inaceitáveis de que a Rússia ameaça usar armas nucleares, especialmente na Ucrânia”.
Poucos dias após a invasão russa em 24 de fevereiro, Putin colocou as forças de dissuasão do país – que incluem armas nucleares – em alerta máximo, citando o que descreveu como declarações agressivas de líderes da Otan e sanções econômicas ocidentais contra Moscou.
Trofimov, diplomata sênior do Departamento de Não-Proliferação e Controle de Armas do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, disse que Moscou só usará armas nucleares em resposta a armas de destruição em massa ou a um ataque com armas convencionais que ameacem a existência do Estado russo.
“Nenhum desses dois cenários hipotéticos é relevante para a situação na Ucrânia”, disse Trofimov na Conferência das Nações Unidas para Revisão do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares.
Mas ele acusou os países da Otan de um “confronto híbrido feroz” contra a Rússia, que “agora se equilibra perigosamente à beira de um confronto militar aberto”.
“Tal passo seria capaz de desencadear um dos dois cenários de emergência descritos em nossa fé”, disse Trofimov. “Obviamente, defendemos a prevenção disso, mas se os países ocidentais tentarem testar nossa determinação, a Rússia não recuará”.
A Rússia acusou na terça-feira os Estados Unidos de estarem diretamente envolvidos na guerra da Ucrânia.
Moscou disse que estava respondendo aos comentários de uma autoridade ucraniana sobre a maneira como Kyiv usou lançadores HIMARS fabricados nos EUA com base no que a autoridade descreveu como excelentes imagens de satélite e informações em tempo real.
(Reportagem de David Leungren; Edição de Cynthia Osterman)