- Nomsa Maseko em Joanesburgo e Kathryn Armstrong em Londres
- BBC Notícias
O presidente russo não participará da cúpula na África do Sul no próximo mês, informou o gabinete presidencial do país.
O anúncio ocorre depois que o presidente sul-africano, Vladimir Putin, disse que qualquer tentativa de prendê-lo seria uma declaração de guerra contra a Rússia.
Se Putin tivesse deixado o solo russo, estaria sujeito a um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI).
A África do Sul é signatária do TPI e espera-se que ajude a prender Putin.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, representará o país na cúpula de dois dias.
No entanto, Putin participará da breve cúpula do BRICS de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – via link de vídeo, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, segundo a mídia russa.
O grupo BRICS é visto por alguns como uma alternativa ao grupo G7 de economias avançadas.
Em um comunicado, a presidência da África do Sul descreveu o acordo, ao qual Putin não compareceu, como “recíproco” e disse que ocorreu após “muitas consultas” na cúpula.
Os partidários da Rússia criticaram a decisão, dizendo que a África do Sul deveria ter afirmado e exercido sua soberania para proteger e defender seu amigo.
O convite da África do Sul a Putin, procurado por crimes de guerra na Ucrânia, gerou polêmica nacional e internacional.
Mas o governo do presidente Cyril Ramaphosa ficou frenético à medida que aumentava a pressão para prender o presidente Putin.
O maior partido da oposição, a Aliança Democrática, foi ao tribunal para forçar as autoridades a prender Putin se ele pisasse no país. O grupo global de direitos humanos Anistia Internacional também fez parte do desafio.
Documentos judiciais revelam que Ramaphosa se opôs veementemente a tal medida, dizendo que a segurança nacional estava em risco.
“A Rússia deixou claro que prender seu atual presidente seria uma declaração de guerra. É contra nossa constituição entrar em guerra com a Rússia”, disse ele em um comunicado.
Peskov negou que Moscou tenha dito que a prisão do presidente da África do Sul foi um ato de guerra, mas disse que estava “claro para todos”. [that kind of] Isso significa uma violação contra o chefe do Estado russo.”
A Rússia sempre descreveu o mandado de prisão do TPI como ultrajante e legalmente inválido porque o país não é membro do órgão.
As razões para isso variam de país para país, mas especialistas dizem que um fator são os laços econômicos que alguns, incluindo a África do Sul, têm com Moscou.
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