SANAA, Iêmen (AP) – Uma multidão parecia ter se assustado com tiros e uma explosão elétrica em um evento de distribuição de ajuda em dinheiro na capital do Iêmen na noite de quarta-feira, matando pelo menos 78 e ferindo pelo menos 73, de acordo com a Reuters. Rebeldes houthis. Funcionários.
Abdul Rahman Ahmed e Yahya Mohsen, que testemunharam a cena, disseram que homens armados Houthi dispararam para o ar na tentativa de controlar a multidão, aparentemente atingindo um fio elétrico, fazendo-o explodir. Isso provocou pânico e as pessoas, incluindo muitas mulheres e crianças, começaram a correr, disseram eles.
Vídeos postados nas redes sociais mostraram dezenas de corpos no chão, alguns imóveis e outros gritando enquanto as pessoas tentavam ajudar.
A debandada ocorreu no antigo centro da cidade de Sanaa, onde centenas de pessoas pobres se reuniram para assistir ao evento organizado por comerciantes, de acordo com o Ministério do Interior de Houthi.
O porta-voz do Ministério Brig. Abdel-Khaleq Al-Aghri culpou a debandada na “distribuição aleatória” de fundos sem coordenação com as autoridades locais. A tragédia ocorre logo antes do Eid al-Fitr, que marca o fim do mês sagrado do Ramadã no final desta semana.
O número de mortos foi de 78, Mutahar al-Marwani, um oficial de saúde em Sanaa, disse que pelo menos 13 ficaram gravemente feridos, de acordo com o canal de satélite Al-Masirah.
Hamdan Bagheri, vice-diretor do Hospital Al-Thawra em Sanaa, disse em declarações à televisão que a tragédia ocorreu por volta das 20h20, e a instalação recebeu pelo menos 73 feridos.
Os rebeldes rapidamente fecharam a escola onde ocorria o evento e impediram a aproximação de pessoas, inclusive jornalistas.
O Ministério do Interior disse que deteve dois dos organizadores e que a investigação está em andamento.
A capital do Iêmen está sob o controle do movimento Houthi, apoiado pelo Irã, desde que eles saíram de seu reduto no norte em 2014 e derrubaram o governo reconhecido internacionalmente.
Isso levou a coalizão liderada pela Arábia Saudita a intervir em 2015 para tentar restaurar o governo.
Nos últimos anos, o conflito se transformou em uma guerra por procuração entre a Arábia Saudita e o Irã, matando mais de 150.000 pessoas, incluindo combatentes e civis, e criando um dos piores desastres humanitários do mundo.
Mais de 21 milhões de pessoas no Iêmen, ou dois terços da população do país, precisam de assistência e proteção, de acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários. Entre os necessitados, mais de 17 milhões são particularmente vulneráveis.
As Nações Unidas disseram em fevereiro que levantaram apenas US$ 1,2 bilhão de uma meta de US$ 4,3 bilhões em uma conferência destinada a fornecer fundos para aliviar a crise humanitária.