- Christy Cooney em Londres e Katie Watson em Belém, Brasil
- BBC Notícias
Os oito países que compartilham a bacia amazônica não cumpriram uma meta acordada para acabar com o desmatamento.
Representantes dos países se reúnem na cidade brasileira de Belém para uma cúpula de dois dias, a primeira vez em 14 anos.
Uma declaração conjunta na terça-feira criou uma aliança para combater o desmatamento, mas deixou cada país perseguir seus próprios objetivos de conservação.
Proteger a Amazônia é uma parte central dos esforços para enfrentar as mudanças climáticas.
Antes da cúpula, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva pediu uma meta comum para acabar com o desmatamento até 2030, uma política que seu próprio governo já adotou.
O Brasil abriga 60% da maior floresta tropical do mundo, a Amazônia. Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela estão representados no encontro.
Em seu discurso de abertura na terça-feira, Lula falou do “grave agravamento da crise climática” e disse que “os desafios de nossa era e as oportunidades que surgem deles, devemos agir de forma solidária”.
“Nunca foi tão urgente”, disse ele.
O desmatamento no Brasil diminuiu drasticamente desde que Lula assumiu a presidência do antecessor Jair Bolsonaro, que favorecia o desenvolvimento em detrimento da conservação, mas milhares de quilômetros quadrados são perdidos a cada ano.
A declaração conjunta, apelidada de Declaração de Belém, disse que a nova aliança “impediria que a Amazon chegasse a um ponto sem retorno”.
Isso inclui compromissos para promover a cooperação em questões como gestão da água, saneamento, desenvolvimento sustentável e posições comuns de negociação na Cúpula Global do Clima.
Alguns ficarão desapontados com o fato de a linguagem não ser forte, mas a cúpula sinalizou a disposição dos países da região de trabalhar em busca de soluções para um dos maiores desafios de nosso tempo.
Existem diferenças de opinião em algumas áreas.
Por exemplo, o presidente da Colômbia, Gustavo Pedro, quer que outros países cumpram sua promessa de proibir novas explorações de petróleo, enquanto o Brasil está considerando explorar novas áreas na foz do rio Amazonas.
Apesar das diferenças, o encontro sem dúvida deu voz à região no combate às mudanças climáticas e é visto como um precursor da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025, que também será realizada em Belém.
Os bilhões de árvores que compõem a Amazônia mantêm o carbono armazenado por séculos e, a cada ano, suas folhas continuam a absorver dióxido de carbono que, de outra forma, permaneceria na atmosfera e contribuiria para o aquecimento global.
O mundo já aqueceu cerca de 1,1°C desde o início da era industrial e as temperaturas continuarão a subir, a menos que os governos de todo o mundo reduzam as emissões.