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Paris (AFP) – O astrofísico que liderou a pesquisa disse na quarta-feira que as medições mais precisas já feitas da formação do universo e quão rápido ele estava se expandindo sugerem que “há algo suspeito” em nossa compreensão do universo.
O novo estudo abrangente, publicado no The Astrophysical Journal, confirma que há uma enorme discrepância entre duas maneiras diferentes de estimar a velocidade com que o universo está se expandindo.
Cerca de cinco por cento do universo é composto do que podemos pensar como matéria natural, disse o estudo, enquanto o resto é matéria escura e energia escura – ambas ainda envoltas em mistério.
A energia escura, uma força hipotética que faz com que o universo se expanda a uma taxa cada vez maior, compõe 66,2% do universo, de acordo com o estudo publicado no The Astrophysical Journal.
Os 33,8% restantes são uma mistura de matéria e matéria escura, que também é desconhecida, mas pode consistir em algumas partículas subatômicas ainda não descobertas.
Para chegar à fronteira mais precisa até agora sobre a composição do nosso universo, uma equipe internacional de pesquisadores observou estrelas explosivas chamadas supernovas.
Eles analisaram a luz de 1.550 supernovas diferentes, variando de perto de casa a mais de 10 bilhões de luz por ano, quando o universo tinha um quarto de sua idade atual.
“Podemos compará-lo e ver como o universo se comporta e evolui ao longo do tempo”, disse Dillon Prout, do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics e principal autor do estudo chamado Pantheon+.
duas décadas de análise
O estudo atualizou os dados do projeto Pantheon há dois anos, eliminando possíveis problemas e esclarecendo cálculos mais precisos.
“Esta última análise do Pantheon+ é o culminar de mais de duas décadas de esforços incansáveis de observadores e teóricos de todo o mundo para decifrar a essência do universo”, disse o astrofísico americano Adam Rees, vencedor do Prêmio Nobel de Física de 2011, em um comunicado. .
Ao observar supernovas no final da década de 1990, Reiss e outros cientistas descobriram que o universo não estava apenas se expandindo, mas também a uma taxa crescente, o que significa que as galáxias estavam se afastando umas das outras.
“Foi como se eu jogasse uma bola e, em vez de a bola cair, ela pulasse e continuasse acelerando”, disse Pruitt sobre a surpresa dessa descoberta.
O Pantheon+ também coletou dados por meio da colaboração da supernova SH0ES para encontrar o que se acredita ser a medida mais precisa de quão rápido o universo está se expandindo.
Eles estimaram que o universo está atualmente se expandindo a 73,4 quilômetros por segundo a cada megaparsec, ou 3,26 milhões de anos-luz. De acordo com uma declaração Harvard-Smithsonian, isso equivale a cerca de 255.000 quilômetros (160.000 milhas) por hora.
Mas há um problema.
– Tensão do Hubble –
A medição da radiação cósmica de fundo em micro-ondas, que pode olhar muito mais para trás no tempo para cerca de 300.000 anos após o Big Bang, indica que o universo está se expandindo a uma taxa muito mais lenta – cerca de 67 quilômetros por megaparsec.
Essa discrepância foi chamada de tensão de Hubble em homenagem ao astrônomo americano Edwin Hubble.
Prott disse que os resultados do Pantheon+ aumentaram o grau de certeza sobre a tensão do Hubble acima do que é conhecido como limiar de cinco sigma, o que significa que a discrepância “não pode mais ser atribuída à sorte”.
“Certamente aponta para a possibilidade de que haja algo suspeito em nossa compreensão do universo”, disse Pruitt à AFP.
Algumas das teorias possíveis e não verificadas sobre o paradoxo podem incluir outro tipo de energia escura no universo inicial, campos magnéticos primordiais ou mesmo que a Via Láctea esteja em um vácuo cósmico, o que poderia retardá-la.
Mas, por enquanto, Pruitt disse: “Nós, como cientistas, prosperamos em não entender tudo.
“Ainda há uma revolução potencialmente grande em nossa compreensão, potencialmente entrando em nossas vidas”, acrescentou.
© 2022 AFP
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