sexta-feira, novembro 22, 2024

Hungria sai do banco russo porque as sanções dos EUA o ‘destruíram’, diz o primeiro-ministro Orban à medida que as relações se deterioram

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BUDAPESTE (Reuters) – O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, disse nesta sexta-feira que a Hungria abandonou um banco russo com sede em Budapeste nesta semana porque ele foi “arruinado” pelas sanções dos Estados Unidos, acrescentando que a Hungria cumprirá as sanções contra a Rússia, mas continuará se manifestando contra isto.

O líder da Otan, que tem laços mais estreitos com a Rússia, disse à rádio estatal que os Estados Unidos são um importante aliado da Hungria, mas que há uma diferença de opinião sobre a guerra na Ucrânia.

Orban disse que os EUA “não desistiram de seu plano de espremer todos em uma coalizão de guerra”, uma medida à qual a Hungria – que não fornece armas para a Ucrânia – resistiria.

Na quinta-feira, o governo de Orban anunciou sua saída do IIB Bank, que afirma financiar projetos de desenvolvimento na Europa Oriental, e mudou sua sede de Moscou para Budapeste em 2019.

A Rússia é seu maior acionista, enquanto a Hungria foi o segundo maior e altos funcionários húngaros ocuparam cargos lá, incluindo assentos no conselho. Outros países da Europa Oriental cortaram relações com o IIB no ano passado, após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Nesta semana, os Estados Unidos impuseram novas sanções ao banco, que incluía três de seus altos funcionários, dois russos e um húngaro. Washington pediu à Hungria que rompa os laços com o que descreveu como “uma plataforma opaca controlada pelo Kremlin”.

Orban disse que a Hungria cumprirá as sanções impostas à Rússia, embora não as apoie.

“Nunca concordamos com sanções, mas não nos opomos aos direitos de outros, incluindo os Estados Unidos, de impor sanções”, disse ele.

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“Desde (a eclosão da) guerra, ficou evidente que as capacidades (do IIB) têm diminuído… Agora que os americanos a sancionaram, eles efetivamente a destruíram.”

A Hungria é membro da OTAN e se opõe à invasão da Ucrânia pela Rússia, mas o primeiro-ministro nacionalista Orban há anos mantém laços estreitos com a Rússia e se abstém de criticar o presidente Vladimir Putin.

As relações entre Budapeste e Washington foram tensas nos últimos meses devido ao atraso da Hungria em ratificar a Suécia e à adesão da Finlândia à OTAN. A Finlândia aderiu à aliança este mês, mas o pedido de adesão da Suécia está pendente de aprovação pela Hungria e Turquia.

Enquanto Orban criticou as sanções contra a Rússia, seu governo não bloqueou as ações da UE.

O Guardian informou na quinta-feira que um grupo bipartidário no Congresso dos EUA está trabalhando para criar mais sanções dos EUA contra figuras políticas húngaras proeminentes ligadas ao governo de Orban.

Um porta-voz do governo húngaro não respondeu aos repetidos pedidos de comentários enviados por e-mail.

(Reportagem de Christina Than; Edição de Peter Graf)

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