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Enviado de Lula se encontra com Zelensky da Ucrânia, após declarações que geraram revolta

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Enviado de Lula se encontra com Zelensky da Ucrânia, após declarações que geraram revolta

RIO DE JANEIRO (AP) – Um assessor especial da Presidência do Brasil para assuntos internacionais se reuniu com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na quarta-feira, após os comentários de seu colega brasileiro, que provocaram repreensão de Kiev, dos Estados Unidos e da Europa.

O conselheiro Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores, disse ao jornal brasileiro O Globo após a reunião que Zelensky entendeu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava trabalhando pela paz.

Amorim foi citado pela Folha de S. Paulo como tendo dito que seu diálogo com as autoridades ucranianas foi positivo e gerou confiança, e que ele ajudou a explicar os objetivos do Brasil para a paz.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil encaminhou perguntas sobre as reuniões de Amorim da Associated Press à presidência, que não comentou imediatamente.

Lula pediu um cessar-fogo e propôs a criação de um clube de nações, incluindo o Brasil, para intermediar a paz. Ao mesmo tempo, ele se recusou a fornecer armas à Ucrânia, fez declarações culpando a Ucrânia pela invasão russa e dizendo que os Estados Unidos e a Europa estavam motivando a luta. Suas declarações foram criticadas por todas as partesalém de levantar questões sobre a neutralidade do Brasil em eventuais negociações de paz.

No mês passado, Amorim fez uma viagem secreta a Moscou e se encontrou com o presidente Vladimir Putin. Mais tarde, Lula deu as boas-vindas ao ministro das Relações Exteriores de Putin, Sergei Lavrov, à capital, Brasília, com o oficial visitante expressando gratidão ao Brasil por sua “excelente compreensão da formação desta situação”.

Após a reunião, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, criticou a abordagem do Brasil para a guerra e seu encontro com Putin e Lavrov pessoalmente, falando apenas com autoridades ucranianas por telefone.

Os críticos argumentam que a posição do Brasil visa evitar o confronto com a Rússia, um importante fornecedor de fertilizantes para as fazendas de soja.

Na quarta-feira, Amorim também se reuniu com o vice-ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrej Melnik, que postou uma foto dos dois no Twitter.

Melnik escreveu: “O Brasil pode desempenhar um papel importante para deter a agressão russa e alcançar uma paz duradoura e justa.”

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