sexta-feira, novembro 22, 2024

Resenha do livro: “Nossa Lua”, de Rebecca Boyle

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“A Lua é mais irmã do que satélite”, escreve Boyle, explicando que se formou a partir da mesma nuvem cósmica de detritos que formou a Terra. A sua gravidade não só estabiliza o nosso clima – tornando a Lua a “líder das nossas estações” – mas também permite a vida. Como governante das marés, a Lua puxou organismos primitivos para os mares ricos em nutrientes da Terra primitiva e depois trouxe-os de volta à costa, onde “os peixes saíram da água”.

Mas Boyle, cuja escrita brilhante é tão serena quanto uma história para dormir, pinta a lua como mais do que apenas um motor de fenômenos físicos. Os humanos, diz ela, estão sempre olhando para os nossos vizinhos celestiais mais próximos para compreender o nosso lugar abaixo deles. “Assim como a Lua reflete a luz da Terra, o seu papel essencial na ciência moderna é contar a nossa história”, escreveu ela.

Os humanos antigos usavam a lua para explorar o tempo, abrindo caminho para sistemas organizados como a agricultura e a religião (muitas das quais adoravam a lua como um deus). Quando Galileu foi levado a julgamento por alegar que a Terra não era o centro do nosso sistema solar – o que ele descobriu em parte ao acompanhar o movimento da Lua – a Lua já se tinha separado do divino. As pessoas começaram a pensar sobre o verdadeiro propósito da Lua e sobre o nosso lugar no universo – ideias que postulavam “nossa lua” foram as sementes do pensamento filosófico inicial e da observação científica.

Às vezes, a narrativa se afasta tanto do tema em questão que me pergunto: o que isso tem a ver com a lua? Mas, assim como a lua sempre aparece em nossos céus, Boyle também volta ao assunto. Sempre há alguma conexão a ser feita, seja física, espiritual, intelectual ou mitológica.

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Leva-nos além da Era da Exploração, quando ir à Lua se tornou um símbolo de colonização de novas terras, até a Era de Apolo, quando a Lua era um sinal de superioridade política. Boyle encontra a lua em lugares que nunca pensei em procurar. Ela me convenceu de que, embora nossa relação com ela esteja em constante mudança, a Lua continua sendo uma fonte de conhecimento, admiração e influência — e nunca é entediante.

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